Este artigoexamina o potencial do cultivo de parcelas de álamo em rotação curta para bioenergia na região do Alentejo, sul de Portugal. A biomassa destina-se a satisfazer, pelo menos, 10% (base energética) das necessidades de combustível de duas centrais elétricas a carvão portuguesas (Sines e Pego), utilizando a tecnologia de co-queima. O estudo considera toda a cadeia produtiva do berço ao portão da central, cultivada em áreas de mato com duração de 12 anos, colhida a cada três anos e com 6.667 plantas por ha, cobrindo uma área de cerca de 52.250 ha. São assumidos três rendimentos anuais diferentes de biomassa. Os resultados mostram que os preços de venda de biomassa variam de 76,9 a 120,5 Euro ton -1, para corresponder aos custos de produção. A energia líquida do projeto geral varia de 34,7 a 75,4 PJ e o custo do projeto de 619 a 823,9 MEuro. O principal impacto ambiental do projeto é a redução das emissões de CO2 devido à queima de biomassa, em vez de queimar carvão sozinho. As centrais de energia podem reduzir as emissões de CO2 durante a vida útil do projeto entre 8,2% e 16,5% dos valores atuais. A análise financeira demonstra que o projeto não é financeiramente viável sem doações externas, mas um cenário político de comércio de licenças de carbono pode ser fundamental para torná-lo financeiramente viável, dependendo das licenças e dos preços do mercado de carvão. Finalmente, com uma redução de 50% nos principais custos, o projeto torna-se financeiramente viável num cenário de comércio de emissões de CO2 para um rendimento de biomassa de 20 toneladas secas ha-1 por ano.